JOÃO CALVINO E MISSÕES: UM ESTUDO HISTÓRICO, POR SCOTT J.
SIMMONS
INTRODUÇÃO
Existe uma duradoura tradição que
afirma que Calvino e o movimento protestante primitivo não tinham interesse em
missões. Gustav Warneck escreveu no começo deste século: ―Nós perdemos com os
Reformadores não apenas a ação missionária, mas mesmo a idéia de missões... [em
parte] porque perspectivas teológicas fundamentais deles evitaram que dessem a
suas atividades, e mesmo a seus pensamentos, uma direção missionária‖[1]
Warneck chega a afirmar que Calvino afirmou que a Igreja não tinha a obrigação
de enviar missionários [2]. Seu engano continua até os dias de hoje. Ralph D.
Winter, por exemplo, escreve que os Reformadores ―nem mesmo falavam de missões
estrangeiras‖ [3]. Ele afirma que o movimento missionário protestante pode ser
dividido em três eras: a primeira iniciando em 1792, com William Carey, a
segunda iniciando em 1865 com Hudson Taylor, e a terceira iniciando em 1934 com
Cameron Townsend e Donald McGavran. O autor descreve os esforços missionários
até 1792 ao dizer ―nossa tradição protestante nos levou durante 250 anos a
pensar apenas em nossos próprios negócios e nossa própria bênção (como o antigo
Israel)‖. [4]
Mesmo que estes ataques possam
ser lançados contra muitas igrejas da tradição protestante, e mesmo contra
algumas igrejas calvinistas, é simplesmente falso dizer que João Calvino não
tinha interesse em missões. Na verdade, Calvino enviou centenas de missionários
para a França, o resto da Europa, e mesmo para o Novo Mundo. A discussão a
seguir, portanto, não somente demonstrará que João Calvino tinha uma coerente
teologia de missões, mas provê um resumo de como sua teologia o levou a agir em
seus propósitos missionários através do mundo.
A Teologia de Missões de Calvino
Calvino nunca escreveu um tratado sistemático
sobre sua teologia de missões. Entretanto, suas Institutas, seus comentários e
cartas contêm muitas referências à sua teologia de missões e seu espírito
missionário. Uma descrição acurada de sua teologia de missões pode ser
reconstruída destas afirmações feitas por Calvino em seus escritos. O que se
segue nos trará um resumo de sua teologia de missões, bem como respostas a
objeções à sua teologia e como ela se relacionaria com missões.
Uma afirmação positiva
A
base para as missões cristãs, de acordo com Calvino, é o presente Reino de
Jesus Cristo. Em seu comentário aos Salmos e profetas, fica claro que Calvino
considerava o reino de Davi como a sombra do Reino maior que viria. Por
exemplo, comentando Isaías 2.4, Calvino escreve: “a diferença entre o Reino de
Davi, que era apenas uma sombra, e este outro Reino” é que, “pela vinda de
Cristo, [Deus] começou a reinar... na pessoa de seu Filho unigênito”[5].
Comentando Salmo 22.28, Calvino escreve: “esta passagem, não tenho dúvidas,
concorda com muitas outras profecias que representam o trono de Deus erguido,
no qual Cristo pode assentar-se para comandar e governar o mundo[6]. Este Reino
presente de Deus, por meio de Cristo, é pressuposto através de seus escritos
quando ele fala da base para missões mundiais.
Uma
importante dinâmica que toma efeito neste novo Reino é a destruição da
distinção entre judeus e gentios. Calvino frequentemente faz uso de Efésios
2.14 para insistir que a parede divisória entre judeus e gentios foi quebrada e
o Evangelho tem sido proclamado, de forma que “nós [judeus e gentios] fomos
reunidos juntos no corpo da Igreja, e o poder de Cristo é posto para
sustentar-nos e defender-nos”[7]. Desde que o reinado de Cristo se estende não
somente sobre os judeus, mas sobre o mundo inteiro, gentios são chamados junto
com os judeus ao Seu Reino[8]. É a inclusão dos gentios na comunhão de Israel
que permite que o Evangelho do Messias judeu seja proclamado aos gentios por
todo o mundo.
A tarefa de Cristo enquanto governa a terra
dos céus é subordinar a terra a Ele mesmo. Isto acontece de duas formas.
Primeiro, os réprobos que se recusam a submeter-se ao domínio de Cristo
“atacam” o Reino de Cristo “de tempos em tempos até o fim do mundo”, e ao mesmo
tempo eles se prostrarão aos Seus pés [9]. Segundo, os eleitos serão “trazidos
para prestar uma disposta obediência a Ele”, se submetem e se humilham-se
diante dEle. Depois do último dia, estes serão feitos “participantes com Ele em
glória” [10]. Por meio desses dois métodos, o Reino será estendido por todo o
mundo. Em nenhum momento, o progresso do Reino será barrado. Comentando Isaías
2.2, Calvino escreve que haverá “progresso ininterrupto” na expansão de Seu
reino “até que Ele apareça uma segunda vez para nossa salvação” [11]. O Reino
de Cristo, o “Reino invencível” será “vastamente estendido” porque Deus faz
“sua comitiva avançar para longe e numa larga estensão” [12]. Por toda a era da
Igreja, de acordo com Calvino, o Reino de Cristo será expandido por todo o
mundo.
O meio pelo qual o Reino de Cristo é
espalhado pela terra é através da pregação do Evangelho às nações. Calvino
escreve “não existe outra forma de edificar a igreja de Deus senão pela luz da
Palavra, em que o próprio Deus, por sua própria voz, aponta o caminho da
salvação. Até que a verdade brilhe, os homens não podem se unir juntos, na
forma de uma verdadeira igreja”[13]. Calvino insistia que os cristãos carregam
a responsabilidade de espalhar o Evangelho. Ele escreve “porque é nossa obrigação
proclamar a bondade de Deus para todas as nações... a obra não pode ser
escondida em um canto, mas proclamada em todos os lugares” [14]. Embora Deus
pudesse ter usado outros meios, Ele escolheu “empregar a ação de homens” para a
pregação do Evangelho [15].
A teologia de missões de Calvino é, portanto,
teocêntrica e cristocêntrica, focando a glória de Deus em Cristo assim como a
obrigação do homem. Tudo na vida deve ser vivido para a glória de Deus.
Enquanto a Igreja Católica usava obras meritórias e ascetismo como ferramenta
de motivação para missões, protestantes não usariam este tipo de motivação[16].
Para Calvino, o fator motivacional de missões mundiais era a glória de Deus.
Quando o Evangelho é proclamado e aceito entre as nações, Deus é adorado e
glorificado. Esta é a finalidade principal do homem. Charles Chaney escreve
sobre Calvino: “o fato de que a glória de Deus era o motivo primordial nas
primeiras missões protestantes e isto ter se tornado, mais tarde, uma parte
vital do pensamento e atividade missionárias, pode ser traçado diretamente em
direção à teologia de Calvino” [17].
Ataques
contra a Teologia de Missões de Calvino
Muitos disseram que a teologia de Calvino era
uma obstrução para missões, nos séculos XVI e XVII. Dois ataques são comumente
dados contra a teologia de missões de Calvino. Há um mau entendimento quanto à
Grande Comissão e sua doutrina da predestinação. Entretanto, estes ataques
refletem um entendimento pobre da teologia de Calvino.
A Grande Comissão
Alguns objetam contra o entendimento
missionário de Calvino ao afirmar que Calvino cria que a Grande Comissão (Mt
28.18-20) estava ligada apenas aos apóstolos do século I, fazendo missões
desnecessárias para as gerações futuras [18]. É verdade que Calvino
interpretava a Grande Comissão como se referisse ao ministério apostólico [19].
Entretanto, seu motivo para interpretar a Grande Comissão desta forma não era
diminuir a necessidade de missões no tempo atual. Ele estava lutando uma
batalha diferente – a saber, a batalha contra a doutrina católica da sucessão
apostólica. Calvino pretendia mostrar que o Apostolado era um munus extraordinarium temporário
que cessou após os Doze. A Grande Comissão era trazida à discussão para
argumentar contra o Catolicismo, não contra a atividade missionária [20].
Calvino nunca expressou a idéia de que os
apóstolos completaram o mandamento missionário de tal forma que a atividade
missionária não é mais necessária. Ele via somente o princípio do avanço do
Evangelho para todas as nações completado pelos apóstolos [21]. Calvino
escreveu sobre o ministério apostólico: “Cristo, como sabemos, penetrou com
velocidade assustadora, do oriente ao ocidente, como o relâmpago, com o
objetivo de levar à igreja os gentios de todas as partes do mundo” [22]. Ainda
assim, Calvino também escreveu sobre a necessidade da atividade missionária no
tempo presente. Por exemplo, comentando Mateus 24.19, ele escreveu: “o Senhor
ordena que os ministros do Evangelho vão para longe, com o objetivo de anunciar
a doutrina da salvação em todas as partes do mundo” [23]. Calvino também fez
afirmações similares em seus comentários sobre Isaías 12.5; 45.24; Mateus 24.14
e 2 Coríntios 2.12. Ainda que houveram alguns após Calvino que ensinaram que o
mandado missionário foi cumprido [24], esta perspectiva não pode ser atribuída
ao próprio Calvino.
Predestinação
Tem sido objetado que, se a doutrina da
predestinação de Calvino é verdadeira, então não existe razão para se envolver
com missões, pois todos os eleitos serão certamente salvos e todos os réprobos
certamente serão condenados. Ruth Tucker, por exemplo, escreve em sua história
das missões cristãs que a doutrina da predestinação ensinada pelos calvinistas
“fizeram missões irrelevantes se Deus já escolheu aqueles que ele salvaria”
[25]. Entretanto, de acordo com Calvino, esta objeção se esquece da doutrina da
palavra pregada. Calvino insistia que Deus usava a pregação do Evangelho pelos
homens para levar pessoas à fé. Calvino escreve:
“embora ele seja capaz de realizar a obra
secreta de seu Santo Espírito sem qualquer meios ou assistência, ele também
ordenou a pregação externa, para ser usada como um meio. Mas para torná-la um
meio efetivo e frutífero, ele escreve com seu próprio dedo em nossos corações
aquelas palavras que ele fala em nossos ouvidos pela boca de um ser humano”.
[26]
Não somente Deus ordenou a pregação de
Evangelho como um meio de salvação, mas é o único meio de salvação. Calvino
escreve “Deus não pode ser invocado por ninguém, exceto por aqueles que
conheceram sua misericórdia por meio do Evangelho”. [27]
Além disso, Calvino insistia que o número de
eleitos é desconhecido. Portanto, o Evangelho deveria ser livremente proclamado
a todos. Citando Agostinho, Calvino escreve “Porque não sabemos quem pertence
ao número de predestinados ou quem não pertence, devemos ter em mente um desejo
de que todos os homens sejam salvos” [28]. Desta forma, a pregação do Evangelho
às nações não é obstruída, mas encorajada. A vontade do homem está cativa à
vontade de Satanás (2 Tm 2.25,26) de tal forma que é impossível para alguém
desejar sua própria salvação. Entretanto, o pregador sabe que existem eleitos
que serão salvos pela pregação do Evangelho, por meio da obra interna do
Espírito Santo [29]. Portanto, o pregador pode proclamar o Evangelho com
confiança de que os eleitos para a vida eterna atenderão ao chamado.
Atividades
Missionárias de Calvino
Certamente Charles Edwards estava correto
quando afirmou que “A Reforma foi um movimento missionário em uma grande escala
internacional” [30]. Com a Reforma espalhando-se pela Europa, a atividade
missionária tomava lugar. O sacramentalismo do Catolicismo abriu caminho para o
verdadeiro Cristianismo baseado na sola
scriptura, sola
fide e sola
gratia. Na verdade, mesmo o entendimento católico do Evangelho não
chegou a alcançar muitas classes sem instrução. As Escrituras eram escritas em
latim e as missas eram dirigidas em latim. Muitos destes eram incapazes de
entender esta língua, de forma que o Evangelho não era pregado a eles de uma maneira
inteligível. Com a Reforma espalhando-se pela Europa, a Bíblia foi traduzida
para as línguas comuns e os cultos da igreja eram inteligíveis para as massas.
Povos não-alcançados na Europa foram alcançados pelo o Evangelho com a Reforma.
Os Reformadores continuamente tinham de lutar por sua sobrevivência, lutando
para estabelecer sua própria identidade sobre seus adversários Católicos
Romanos [31]. Ainda assim, mesmo com toda esta confusão, Calvino foi capaz de
fazer um esforço extraordinário para evangelizar a França, o resto da Europa e
mesmo o Novo Mundo.
França
Calvino teve uma paixão intensa pela
conversão da França à fé reformada. Em 1553, Calvino começou a enviar
missionários para a França. Muitos destes missionários vieram à Genebra como
refugiados da França, enquanto a perseguição avançava. Logo depois de treinados
por Calvino em teologia, moral e pregação, ele os enviava de volta para plantar
igrejas na França. Estes esforços de Calvino tiveram um tremendo sucesso. Em
1555, existiam cinco igrejas reformadas na França. Em 1559, haviam quase 1000.
1562, o número chegou a 2150 [32]. A membresia total destas igrejas em 1562 é
estimada em três milhões (com a população total da França por volta de 20
milhões). [33]
Quando pedidos da França por novos ministros
foram recebidos em Genebra, Calvino fez seu melhor ao enviar pastores para
preencher esses púlpitos. O Registro da Companhia de Pastores menciona 88
homens que foram enviados de Genebra entre 1555 e 1562[34]. Entretanto, esta
não era uma lista completa. Alguns nomes foram mudados, e mesmo omitidos, para
protegê-los de uma possível perseguição religiosa. Também, entre 1555 e 1562,
seria certamente uma tolice guardar registros, por causa das perseguições. Além
disso, pode ser determinado de outras fontes que nada menos que 142
missionários foram enviados de Genebra (uma cidade de 20.000 pessoas) em 1561
somente[35]. O retrato que fica é que um incrível número de missionários foi
enviado por Genebra sob a influência de Calvino. Fred Klooster escreve que “a
atividade missionária que emanou de Genebra sob a influência da inspiração de
Calvino foi de proporções monumentais. Talvez seja o maior projeto de missões
locais que a história viu desde a época dos apóstolos”.[36]
Os esforços de plantação de igrejas eram tão
bem sucedidos que chamou a atenção do rei da França. Em 1561, Charles IX, o
novo rei da França, enviou uma carta ao Concílio de Genebra. A carta dizia que
os pregadores enviados por Genebra estavam causando “sedições e dissensões que
estão perturbando seu reino”[37]. O rei então pediu que os pastores fossem
chamados de volta para que se mantivesse a paz na terra. Calvino respondeu ao
rei dizendo que “nós nunca fizemos tentativas de enviar ao seu reino pessoas
como sua majestade afirma...de forma que ninguém, com nosso conhecimento e
permissão, tem saído daqui para pregar, exceto um único indivíduo que nos
pediu, para a cidade de Londres”. Ele admite que algumas pessoas têm vindo a
eles, mas eles são simplesmente instruídos a “exercitar seus dons onde quer que
eles devam ir para o avanço do Evangelho”[38].
O resultado dos extraordinários esforços de
Calvino para evangelizar a França foi que uma igreja protestante foi formada
por meios pacíficos. Williston Walker escreve que “Uma grande Igreja nacional,
pela primeira vez na história da Reforma, foi criada independente de um Estado
hostil; e a obra foi a que Calvino deu o modelo, a inspiração e o
treinamento”[39]. O sangue foi derramado na França sobre a causa protestante.
Entretanto, após o massacre em Vassy e a paz de Amboise em 1563, Calvino
escreveu: “eu aconselharia sempre que as armas sejam deixadas de lado, e que
nós todos pereçamos ao invés de entrar novamente nas confusões que temos
testemunhado.”[40]
Seu desejo de trazer reforma à França por
meios pacíficos é também evidente em sua correspondência com os reis Francisco
I e Henrique II. Em 1536, três anos depois de sua conversão, Calvino dedicou
sua primeira edição das Institutas
da Religião Cristã ao Rei Francisco I. Nesta dedicatória, ele chama
o rei para a conversão à fé protestante[41]. Em 1557, Calvino escreveu ao Rei
Henrique II explicando a fé das igrejas reformadas francesas. Nesta carta, ele
dá ao Rei da França uma breve afirmação de fé a fim de encorajar o rei a “ter
compaixão daqueles que buscam nada senão servir a Deus em simplicidade,
enquanto eles lealmente cumprem suas obrigações para com você”. [42]
O Resto da Europa
Genebra: Centro de
Refúgio e Centro Missionário
Por volta de 1542, a Genebra de Calvino
tornou-se um centro de refúgio. Protestantes de toda a Europa, incluindo
Holanda, Inglaterra, Escócia e Itália, iam à Genebra para refugiar-se da
perseguição religiosa. Em 1555, a população de Genebra duplicou. O próprio
Calvino tinha prazer em abrigar esses refugiados, mas às vezes era extremamente
difícil acomodá-los. Calvino escreveu uma carta a Farel datada de 1551: “Eu
estou, por enquanto, muito preocupado com os forasteiros que diariamente passam
por este lugar em grande número, ou que vêm aqui para viver... Você deveria nos
fazer uma visita no próximo outono, você encontrará nossa cidade
consideravelmente maior – um espetáculo agradável para mim, se eles não me
sobrecarregarem com suas visitas”[43].
Ainda assim, a Genebra de Calvino pode ser
considerada não apenas um centro de refúgio, mas um centro missionário para a
propagação do Evangelho e fundação de igrejas reformadas por toda a Europa.
Pessoas que vinham de toda Europa eram treinadas como missionárias e enviadas
de volta como ministros do Evangelho. Laman escreve que
“Por meio da ida e vinda destes refugiados, e
por meio dos escritos evangélicos da imprensa de Genebra, e tudo em latim,
francês, inglês e holandês, a fé reformada foi exportada vastamente, mesmo para
Polônia e Hungria. Por correspondência, Calvino encorajou, guiou e dialogou com
essa diáspora de cristãos evangélicos que testemunhavam sob perseguição”.[44]
É impossível, dado o escopo deste documento,
explorar em detalhes os resultados das ações de Calvino por toda a Europa.
Abaixo, no entanto, simplesmente traremos luz a alguns dos envolvimentos de
Calvino, focando somente a Holanda, Inglaterra, Escócia, Polônia e Hungria.
Holanda
Em 1544, Calvino enviou o primeiro
missionário reformado à Holanda. Pierre Brully trabalhou para estabelecer uma igreja
reformada lá, mas foi martirizado depois de apenas três meses [45]. Luteranos e
anabatistas fizeram alguns convertidos nas décadas de 1520 e 1530, mas os
calvinistas tiveram mais sucesso, possivelmente devido à forma calvinista de
governo e disciplina eclesiásticas[46]. Guy de Bray, que se encontrou com
Calvino em Frankfurt em 1556, escreveu a então chamada Confissão Belga em 1559.
Esta confissão foi impressa em 1561 em Genebra[47]. Esta confissão tornou-se a
fundação para a Igreja Reformada da Holanda.
A Holanda produziu seus próprios
missionários, muitos por meio dos escritos de Hadrianus Saravia (1531-1613).
Ele tomou para si a tarefa de desenvolver uma perspectiva reformada em
missiologia, mesmo que tenha sido influenciado de várias formas pelo sistema
anglicano de governo eclesiástico. Em 1590, ele escreveu um tratado intitulado
“Sobre os vários níveis de ministros do Evangelho como foram instituídos pelo
Senhor”, em que argumentava contra a visão de que a Grande Comissão terminou na
era apostólica. Os escritos de Saravia influenciaram mais tarde missionários na
Índia, como Justus Heurnius (1587-1651). Missionários foram enviados da Holanda
à Índia quase duzentos anos antes que Carey escrevesse seu Inquérito em 1792[48]. O
trabalho de Saravia também influenciou os primeiros puritanos na América, como
John Eliot, que ministrou aos índios americanos na Nova Inglaterra, durante o
século XVII.[49]
Inglaterra
Calvino conquistou alguma influência na
Inglaterra durante o reino de Eduardo VI, como evidenciado em suas cartas a
Cramner[50]. A aceitação à teologia de Calvino cresceu durante o reino de
Eduardo. Além disso, foi por meio do ministério de Calvino em Genebra aos
exilados por Maria que o calvinismo tomou lugar na Inglaterra[51]. Numerosos
exilados foram aceitos em Genebra durante o reinado de Maria. Pelo menos 50
exilados eram recebidos por dia em 1557. John Knox, um discípulo devoto de
Calvino, que mais tarde retornou à Escócia em 1559, pastoreou esses refugiados.
Durante o reinado de Elizabeth, estes exilados retornaram à Inglaterra com sua
doutrina calvinista. O resultado eventual foi a formação do partido puritano e
a produção da Confissão de Fé de Westminster em 1646[52].
Durante o reinado de Eduardo VI, Londres
também se tornou um centro de refúgio. Em 1550, John à Lasco (ou Jan Laski), um
nobre polonês e amigo de Calvino, foi colocado como pastor sobre uma “igreja de
estrangeiros” da França e Alemanha em Londres. A igreja de Lasco foi formada de
acordo com as ordens de Calvino para Genebra, mas com algumas modificações.
Calvino manteve um contato regular com a igreja de Lasco, que existiu até que
Maria I a deteve. Potter e Greengrass escrevem que depois do término da igreja,
Lasco e outros membros “foram importantes catalisadores para a reforma suíça na
Europa”[53]. Muitos desses exilados foram para Frankfurt e formaram uma
congregação lá, em 1554. Lasco foi para a Noruega antes de chegar em Frankfurt,
para mais uma vez pastorear a “igreja de estrangeiros” de lá[54].
Em 1554, Lasco era superintendente das
igrejas na Friesland oriental. Lasco encontrou-se com Simon Menno, com o
propósito de converter Menno e seus seguidores à fé reformada. Um escritor nos
diz :
“A discussão aconteceu em 28 a 31 de janeiro,
de 1554, quando os artigos a respeito da Encarnação, batismo, pecado original,
justificação e chamado de ministros foram discutidos. Apesar de os dois não
concordarem em tudo, Menno e seus seguidores despediram-se de Lasco de uma
forma amigável. Menno prometeu apresentar uma confissão escrita a respeito da
Encarnação, e ele escreveu... uma breve e clara confissão e declaração
escriturística a respeito da Encarnação”[55].
Embora Lasco tenha mais tarde publicado esta
confissão “sem o consentimento ou conhecimento de Menno”, este debate demonstra
o desejo de Lasco de converter mesmo os reformadores radicais à causa
protestante sem apelar para a violência.[56]
Escócia
O apoio de Calvino para trazer a reforma à
Escócia foi por meio do ministério de John Knox. Knox deixou a Inglaterra
depois que Maria subiu ao trono, e chegou em Genebra em 1554. Ele retornou à
Escócia em 1555, numa tentativa fracassada de levar a Reforma, e então retornou
rapidamente à Genebra[57]. Em 1556, começou a pastorear uma congregação de
fugitivos ingleses em Genebra. Knox foi enviado de volta à Escócia em 1559 e
estabeleceu com sucesso o Protestantismo naquele país. Em 1560, o parlamento
escocês derrubou a autoridade papal e preparou a Primeira Confissão de Fé, que foi totalmente
calvinista em sua orientação. A Igreja da Escócia foi preparada segundo o
modelo calvinista encontrado nas Institutas
e na prática das igrejas reformadas francesas[58].
Embora Calvino geralmente aprovasse John Knox
e seu ministério, houve algumas tensões. Em 1558, enquanto Knox ainda estava em
Genebra, ele publicou um panfleto sem o conhecimento de Calvino intitulado O Primeiro Toque da Trombeta contra o
Monstruoso Regime das Mulheres. Este panfleto foi escrito em
resposta ao reinado de Maria e afirmava que regentes femininas eram contra a
lei de Deus. Calvino baniu a venda do livro em Genebra. Quando Elizabeth I
tornou-se rainha em 1558, Calvino dedicou seu comentário de Isaías a ela, numa
tentativa de reparar as relações entre Genebra e Inglaterra. Entretanto, o
estrago estava feito, e em 1566, Beza afirmou que a hostilidade de Elizabeth
contra o Calvinismo era resultado deste incidente. Depois que Knox retornou à
Escócia, Calvino continuou preocupado sobre a natureza abrasiva e
descompromissada de Knox. No entanto, parece que houve uma boa relação entre os
dois reformadores. Ainda assim a preocupação de Calvino sobre Knox demonstra
sua mente missionária. Calvino queria levar a Reforma à Inglaterra e Escócia em
submissão completa às autoridades devidas[59].
Polônia
Calvino teve muito sucesso logo no início da
evangelização da Polônia. Em 1545, o Calvinismo estava espalhando por toda a
nobreza da Polônia. O próprio Rei Sigismund Augustus da Polônia era um católico
tolerante, “iluminado”, que tomou uma esposa protestante[60]. Calvino dedicou
seu comentário de Hebreus a ele em 1549. Ele escreveu: “seu reino é grande e
renomado, e abunda em muitas excelências, e sua felicidade somente então será
sólida quando adotar a Cristo como regente maior e governador”[61]. Calvino
novamente escreveu a ele na véspera de Natal de 1555 e dizia que “na Polônia, a
verdadeira religião já começa a se desenhar entre as trevas do Papado...”[62].
De fato, Calvino pregou o Evangelho ao Rei da Polônia e pediu a ele para que
encorajasse o trabalho da Reforma lá.
Embora Calvino e Sigismund Augustus
permanecessem em bons termos, o rei nunca concordou em permitir uma Reforma
nacional. No entanto, John à Lasco (Jan Laski) retornou à Polônia em 1557, onde
passou três dos últimos quatro anos de sua vida “em uma campanha evangélica para
criar uma igreja evangélica digna na Polônia”[63]. Lasco foi o reformador
inicial na Polônia. Ele inicialmente era um sacerdote e amigo de Erasmo, antes
de tomar a tarefa de espalhar a Reforma em muitos países, incluindo Inglaterra
e Alemanha. Depois de seu retorno, ele se ocupou de “pregar, sustentar sínodos,
estimular a tradução da Bíblia para o polonês, e procurou trazer as variedades
do Protestantismo numa única estrutura eclesiástica.”[64]
De muitas formas, Lasco foi um líder
protestante modelo. Kenneth Scott Latourett escreve que ele “era uma alma
pacificadora que gastou muito de si mesmo em busca de acordo entre os
protestantes”[65]. Calvino o via com um respeito similar. Ele escreveu a John
Utenhoven, que também trabalhava na Polônia, “eu estou completamente convicto
de que ele trabalhará confiante e energicamente no crescimento do Reino de
Cristo”[66]. Embora os esforços de Calvino e Lasco tenham alcançado um sucesso
inicial, não durou muito após a morte de Calvino. Conflitos com luteranos, anti-trinitarianos
e jesuítas causaram o declínio do calvinismo, que não deixou ao menos uma marca
na Polônia”[67].
Hungria
O cenário para a Reforma na Hungria deve-se
em parte a pelo menos três fatores. Primeiro, o ministério e martírio de John
Hus (1373-1415), cujos ensinamentos foram espalhados por toda Hungria no século
XV[68], e incitaram simpatia pela causa protestante. Segundo, 1541, todo o Novo
Testamento foi traduzido para a língua húngara. Terceiro, em 1536, o Rei
Soliman, o Magnífico, atacou a Hungria. Em 1526, o Rei Louise foi enfrentá-lo
em Mohácz com apenas 27.000 homens – uma pequena fração do exército turco. O
resultado foi um massacre, e o Rei Louise saiu do país, deixando um vácuo no
poder da Hungria. James Wylie continua a história:
Dois candidatos agora lutavam pelo trono da
Hungria – John Zapolya, o nobre antipatriota que viu seu rei marchar para a
morte, mas ficou parado em seu castelo, e o Arquiduque Ferdinand da Áustria. Os
dois coroaram a si mesmos, e então se levantou uma guerra civil que, complicada
com aparições ocasionais de Soliman, ocupou os dois rivais por anos, sem deixar
ninguém para proclamar editos de perseguição. No meio destes problemas, o
Protestantismo fez um progresso rápido. Peter Perenyi, um poderoso nobre,
aceitou o Evangelho, com seus dois filhos. Muitos outros magnatas seguiram seu
exemplo, e colocaram ministros protestantes em seus domínios, construíram
igrejas, criaram escolas e enviaram os filhos para estudar em Wittemberg. A
maioria das cidades da Hungria uniu-se à Reforma[69].
Por estes ou outros motivos, na década de
1550, o calvinismo foi estabelecido na Hungria. Em 1557 e 1558, um sínodo foi
apresentado, resultando na Confissão
Húngara, exibindo uma distinta teologia calvinista. Em 1567, no
Sínodo de Debrecen, a Igreja Reformada Húngara adotou o Catecismo de Heidelberg e
a Segunda Confissão
Helvética[70]. O calvinismo sobreviveu na Hungria, a despeito de
muita perseguição, mesmo durante o século XVII, em que a Contra-Reforma
conseguiu muitos convertidos à fé católica. Entretanto, na virada deste século,
dois terços das igrejas evangélicas da Hungria são calvinistas em origem[71].
De quase 2,6 milhões de pessoas associadas a denominações cristãs na Hungria
hoje (população de 10,5 milhões), aproximadamente 2 milhões são afiliadas à
Igreja Reformada[72].
Missões além-mar no
Brasil
Protestantes foram grandemente impedidos de
qualquer tentativa para levar o Evangelho além da Europa. Em 1588 (quando a
Armada Espanhola foi derrotada) os espanhóis e portugueses controlavam as
navegações[73]. O Papa dividiu o Novo Mundo entre eles. A França resistiu ao
Papa neste assunto e enviou navios para o Novo Mundo[74]. Uma vez que esses
países eram católicos, eles não permitiam missionários protestantes navegando
pelos mares com o Evangelho. Como Gordon Laman notou, havia um tipo de
“imperialismo religioso” unido ao imperialismo político e comercial” da Espanha
e Portugal[75]. Portanto, é incrível que Calvino conseguiu enviar missionários
ao Brasil.
Nicolas Duran, que recebeu o título de
Villegagnon de seu pai, era um estudante com João Calvino em Paris. No entanto,
Villegagnon entrou para o exército e tornou-se Rei de Matal. Mais tarde ele
recebeu o cargo de Vice-almirante da Bretanha. Depois de uma disputa com um
governador, decidiu iniciar uma expedição colonial no Brasil. Villegagnon teve
o auxílio de Coligny, Almirante da França, que era um sustentador e protetor da
Igreja Reformada. Villegagnon lhe contou que desejava iniciar uma colônia que
ofereceria proteção para protestantes perseguidos na França. Isto convenceu
Coligny, e Coligny convenceu Henrique II a conseguir navios para a
expedição[76].
Em 10 de novembro de 1555, Villegagnon partiu
e depois de quatro meses, eles chegaram ao Rio de Janeiro. Depois de sua
chegada ao Brasil, ele enviou uma mensagem a Coligny pedindo por reforço e por
ministros para evangelizar os índios tupinamba. Coligny ficou muito feliz em
atender ao pedido. Ele escreveu a Calvino sobre o assunto, e de acordo com
Baez-Camargo, Calvino “viu uma maravilhosa porta abrindo-se para a extensão da
Igreja de Genebra, e então começou de uma vez a organizar uma força
missionária”[77]. Dois pastores e onze leigos se voluntariam para a missão.
Eles deixaram Genebra em setembro de 1556 e chegaram ao Forte Coligny (no Rio
de Janeiro) em março
de 1557.[78]
Os missionários genebrinos foram recebidos
com alegria. Pierre Richier e Guillaume Chartier, os dois pastores, começaram a
organizar a igreja no Forte Coligny. Em 21 de março de 1557, eles fizeram seu
primeiro culto de comunhão. Villegagnon aparentava ser um líder protestante
modelo. Entretanto, as coisas logo começariam a mudar. Villegagnon começou a
interferir com os pastores em questões de disciplina e mesmo em “questões de
fé”. Ele começou a exigir que o batismo e a Ceia do Senhor fossem ministrados
de uma forma similar aos ensinos católicos. Para resolver essa situação, os
dois lados concordaram em enviar Chartier de volta à Genebra para discutir o
assunto e Villegagnon disse que aceitaria o que Calvino dissesse sobre o
assunto. Entretanto, logo que Chartier foi enviado, Villegagnon começou a
chamar Calvino de herege. Ele também começou a punir os missionários
genebrinos, sobrecarregando seus trabalhos na construção do forte e sem dar
comida adequada. A esta altura, Richier confrontou Villegagnon face a face e
contou a ele que os missionários de Genebra retornariam à cidade no próximo
navio[79].
Em janeiro de 1558, os missionários
prepararam-se para voltar para casa. Ainda assim, cinco dos homens de Genebra resolveram
retornar à missão. Villegagnon inicialmente os recebeu bem, mas então as
atitudes estranhas aumentaram. Ele exigiu uma declaração de fé dos calvinistas
genebrinos. Quando recebeu a declaração, três dos cinco homens foram
estrangulados e lançados no oceano (os outros dois foram salvos porque
Villegagnon precisava de um alfaiate e um cozinheiro). Villegagnon mais tarde
retornou à França em busca de reforços, e em 1560, os portugueses atacaram e
destruiram o forte, e a colônia francesa terminou[80].
De todos os pontos de vista práticos, a
missão no Brasil foi um fracasso. Ainda durante o curto tempo em que os
missionários genebrinos estavam no Brasil, tentativas de evangelizar os índios
foram feitas. Richier foi desencorajado pela natureza dos índios canibais. Ele
os via como “primitivamente estúpidos” e “incapazes de distinguir o bem do
mal”. Ele também foi desencorajado pela grande barreira da língua. Ainda assim,
ele escreveu a Calvino: “uma vez que o Altíssimo nos deu esta tarefa, esperamos
que esta Edom torne-se uma futura possessão para Cristo”[81]. Em um momento
mais otimista, Richier reconheceu a oportunidade que teve de evangelizar
aqueles índios e escreveu a Calvino que eles eram “como uma tábua rasa, fácil
de pintar”[82]. Assim, Richir nunca abandonou seu desejo pela conversão dos
índios.
Um dos leigos, um estudante de teologia
chamado Jean de Léry, era menos pessimista. Ele gastou tempo com as pessoas e
tomou notas sobre suas crenças e costumes religiosos. Ele até mesmo viu algumas
boas características entre eles. Certa vez ele escreveu que “se nós tivéssemos
conseguido permanecer neste país por um tempo maior, teríamos sucesso e ganhado
alguns deles para Cristo”[83]. Léry deu um exemplo de uma vez em que ele cruzou
a floresta com três índios amigos. Compelido pela beleza do ambiente deles,
Léry começou a cantar o Salmo 104 “Bendize ó minha alma, ao Senhor”. Os índios
pediram para que ele explicasse a música. Léry não sabia o dialeto indígena
muito bem, mas começou a explicar a música e o Evangelho por uma hora e meia.
Os índios se alegraram com o que ouviram e o presentearam com um aguti (um tipo
de roedor do tamanho de um coelho).[84]
Portanto, ainda que não houve um único
convertido indígena na missão brasileira, a razão foi mais falta de tempo do
que falta de esforços. Calvino aproveitou a única oportunidade que teve de
iniciar uma missão no Novo Mundo. Embora a missão tenha falhado, esse esforço
demonstra o desejo de Calvino de ver o Reino de Cristo espalhado por todas as
nações da terra. Calvino nunca teve outra oportunidade de enviar mais
missionários. Seriam os Puritanos ingleses do século XVII que retornariam ao
trabalho iniciado por Calvino.
Conclusão
João Calvino nunca apresentou uma teologia
sistemática de missões em seus escritos. Entretanto, mostrou-se que não somente
uma teologia de missões coerente pode ser reconstruída de seus escritos, mas
que Calvino considerava Genebra como um “centro missionário” para evangelização
da França, do resto da Europa, e até mesmo do Novo Mundo. Talvez a razão para
não encontrarmos uma teologia de missões em seus escritos é porque missões eram
centrais em seu ministério em Genebra. Missões não era uma “seção” de sua
teologia sistemática, era central ao que ele tentava cumprir em seu ministério.
Calvino daria uma definição do século XX sobre o que um missionário deveria
ser? Provavelmente, não, mas nem mesmo William Carey ou Hudson Taylor dariam. O
fato que permanece é que a teologia de Calvino e seus esforços missionários
constituem um passo importante em direção à missiologia protestante.
Depois de discutir os esforços missionários
de Calvino, destacar o trabalho dos puritanos na Nova Inglaterra e os
missionários holandeses no oriente (para não mencionar as missões morávias),
deve estar evidente que uma quarta era de atividade missionária deveria ser
adicionada ao histórico de Winter, começando em 1544, quando João Calvino
enviou seus primeiros missionários à Holanda. Enquanto esta era possa parecer
diferente quando comparada ao movimento iniciado por William Carey (um
calvinista), ainda assim merece um reconhecimento adequado em qualquer história
das missões protestantes.
NOTAS:
[1]Gustav Warneck, History of Protestant Missions, trans. G. Robinson
(Edinburgh: Oliphant Anderson & Ferrier, 1906), 9, citado em Fred H.
Klooster, “Missions—The Heidelberg Catechism and Calvin,” Calvin Theological
Journal 7 (Nov. 1972): 182.
[2]Ibid., 19.
[3]Ralph D. Winter, “The Kingdom Strikes Back,” em Perspectives on the World Christian
Movement (Pasadena: William Carey Library, 1992), B—18.
[4]Ralph D. Winter, “Four Men, Three Eras, Two Transitions,” em Perspectives on the World Christian
Movement, B—34.
[5]John Calvin, Calvin's Commentaries, vol. 7, Isaías 1-32 (Grand
Rapids: Baker, 1979), 98-99.
[6]John Calvin, Calvin's Commentaries, vol. 4, Josué —Salmos 1-35, 385.
[7]Comentário sobre o Salmo 110:2, em Calvin's Commentaries,
vol. 6, Salmos 93-150, 301; veja também seus comentários sobre Isaías 45:22,
Mateus 24:19, e Atos 8:1.
[8]Veja também o comentário de Calvino sobre
Isaías 2:4, em Calvin's
Commentaries, vol. 7, Isaías 1-32, 98-102.
[9]Veja também o comentário de Calvino sobre
o Salmo 110:1, em Calvin's
Commentaries, vol. 6, Salmos 93-150, 299.
[10]Ibid., 300.
[11]John Calvin, Calvin's
Commentaries, vol. 7, Isaías 1-32, 92.
[12]Comentário sobre o Salmo 110:2, em Calvin's Commentaries,
vol. 6, Salmo 93-150, 300.
[13]Comentário sobre Miquéias 4:1-2, citado em Charles Chaney, “The
Missionary Dynamic in the Theology of John Calvin,” Reformed Review 17 (Mar.
1964): 28.
[14]Comentário sobre Isaías 12:5, em Calvin's Commentaries,
vol. 7, Isaías 1-32, 403.
[15]Comentário sobre Isaías 2:3, em Charles Chaney, “The Missionary
Dynamic in the Theology of John Calvin,” 28.
[16]J. van den Berg, “Calvin's Missionary Message: Some Remarks About
the Relation Between Calvinism and Missions.” Evangelical Quarterly 22 (Jul.
1950): 177.
[17]Charles Chaney, “The Missionary Dynamic in the Theology of John
Calvin,” Reformed Review 17 (Mar. 1964): 36-37. See also Samuel Zwemer,
“Calvinism and the Missionary Enterprise,” Theology Today 7 (Jul. 1950): 211.
[18]Isto é sugerido por Ruth A. Tucker em Jerusalem to Irian Jaya: A Biographical History of
Christian Missions (Grand Rapids: Zondervan, 1983), 67.
[19]John Calvin, Institutas da Religião Cristã, 4.8.4; 4.8.8.
[20]J. van den Berg, “Calvin's Missionary Message,” 178.
[21]Ibid., 179.
[22]Comentário sobre o Salmo 22:27 , em Calvin's Commentaries,
vol. 4, Josué —Salmos 1-35, 386.
[23]John Calvin, Calvin's Commentaries, vol. 17, Harmonia de Mateus, Marcos e Lucas,
384.
[24] Beza ensinou que os apóstolos levaram o
Evangelho até mesmo à América. Veja J. van den Berg,
“Calvin's Missionary Message,” 179.
[25]Ruth A. Tucker, From
Jerusalem to Irian Jaya, 67.
[26]John Calvin, The
Bondage and Liberation of the Will: A Defence of the Orthodox Doctrine of Human
Choice against Pighius, ed. A.N.S. Lane, trans. G. I. Davies (Grand
Rapids: Baker, 1996), 215.
[27]Veja John Calvin, Institutas da Religião Cristã,
3.20.12. Veja também 3:20.1; 3.20.11.
[28]John Calvin, Institutas da Religião Cristã, 3.23.14. Veja também, The
Bondage and Liberation of the Will, 160.
[29]John Calvin, The
Bondage and Liberation of the Will, 163-65.
[30]Charles E. Edwards, “Calvin and Missions,” The Evangelical Quarterly
8 (1936): 47.
[31]Gordon D. Laman, “The Origin of Protestant Missions,” Reformed
Review 43 (Aut. 1989): 53.
[32]Ibid., 59.
[33]Robert M. Kingdon, Geneva
and the Coming of the Wars of Religion in France (Genève: Libraire
E. Droz, 1956), 79.
[34]Prefácio a Robert M. Kingdon, Geneva
and the Coming of the Wars of Religion in France.
[35]Philip E. Hughes, “John Calvin: Director of Missions,” Columbia
Theological Seminary Bulletin 59 (Dec. 1966): 20.
[36]Fred H. Klooster, “Missons—The Heidelberg Catechism and Calvin,”
Calvin Theological Journal 7 (Nov. 1972): 192.
[37]Robert M. Kingdon, Geneva
and the Coming of the Wars of Religion in France, 34.
[38]John Calvin, Selected
Works, Vol. 7, Letters, Part 4, 168.
[39]Williston Walker, John
Calvin: The Organizer of Reformed Protestantism 1509-1564 (New
York: Knickerbocker Press, 1906), 385.
[40]Ibid., 387
[41]Gordon D. Laman, “The Origin of Protestant Missions,” 58.
[42]John Calvin, Selected
Works, Vol. 6, Letters, Part 3, 372.
[43]Corpus Reformatum, XLII, col. 134, citado em G.R. Potter and M.
Greengrass, John Calvin, Documents
of Modern History (New York: St. Martins Press, 1983), 123.
[44]Ibid., 59.
[45]Gordon D. Laman, “The Origin of Protestant Missions,” 59.
[46]W. Fred Graham, ed., Later Calvinism: International Perspectives,
Sixteenth Century Essays and Studies, vol. 22 (Kirksville, MO: Sixteenth
Century Journal Publisher, 1994), 386.
[47]Ibid. Veja também Williston Walker, John Calvin, 388.
[48] Os escritos de Carey provavelmente foram
muito influenciados pelos escritos de Justus Heurnius. Veja Ibid., 63.
[49]Gordon D. Laman, “The Origin of Protestant Missions,” 62-3.
[50]Williston Walker, John Calvin, 389.
[51]Ibid., 389-90.
[52]Ibid., 390-91.
[53]G.R. Potter and M. Greengrass, John Calvin, 134-35.
[54]Ibid., 138. Veja também Williston Walker, John Calvin, 393.
[56] Ao mesmo tempo, deve ser percebido que
Lasco cria que a teologia de Menno errava em muitos pontos da verdadeira fé e
poderia atrasar seu progresso. Em 1554, depois que alguns menonitas vieram
ajudar alguns do grupo de Lasco, a discussão entre os grupos terminou em
hostilidade.
[57]Williston Walker, John Calvin, 392-93.
[58]G.R. Potter and M. Greengrass, John Calvin, 157.
[59]Ibid., 156-57.
[60]Williston Walker, John Calvin, 394.
[61]Charles E. Edwards, “Calvin and Missions,” 50.
[62]John Calvin, Selected
Works, Vol. 6, Letters, Part 3, 246.
[63]John Calvin, Selected
Works, Vol. 6, Letters, Part 3, 323-24 n. Veja também G.R. Potter e
M. Greengrass, John Calvin, 140-41.
[64] Kenneth Scott Latourette, A
History of Christianity, vol. 2, Reformation
to Present (Peabody, MA: Prince Press, 1975), 793-94.
[65]Ibid., 891.
[66]John Calvin, Selected
Works, Vol. 6, Letters,
Part 3. Ibid., 325.
[67]Williston Walker, John Calvin, 394.
[69] James Aitken Wylie, Protestantism
in Hungary and Transylvania, vol. 3, bk. 20.
[71]Ibid., 395.
[72]Patrick Johnstone, Operation
World (Grand Rapids: Zondervan, 1993), 268.
[73]Charles E. Edwards, “Calvin and Missions,” 47.
[74]R. Pierce Beaver, “The Genevan Mission to Brazil , ” The Reformed
Journal 17 (1967): 15.
[75]Gordon Laman, “The Origin of Protestant Missions,” 53.
[76]R. Pierce Beaver, “The Genevan Mission to Brazil , ” 14.
[77]G. Baez-Camargo, “The Earliest Protestant Missionary Venture in
Latin America ,” Church History 21 (Jun. 1952): 135.
[78]Ibid., 136.
[79]Ibid., 138.
[80]R. Pierce Beaver, “The Genevan Mission to Brazil ,” 20.
[81]Ibid., 17.
[82]G. Baez-Camargo, “The Earliest Protestant Missionary Venture in
Latin America ,” 140.
[83]R. Pierce Beaver, “The Genevan Mission to Brazil ,” 17-18.
[84]G. Baez-Camargo, “The Earliest Protestant Missionary Venture in
Latin America ,” 141-42.
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