A
DIVINDADE DE CRISTO (Negada)
Professor: Pr. Gilson Soares dos Santos
1 – A
NEGAÇÃO DA DIVINDADE DE CRISTO
A – Muitas heresias surgiram negando a
divindade de Cristo.
1.1 – O
Ebionismo
Conforme encontramos em nossa apostila:
“Uma seita de Judeus cristãos que acreditavam
que Deus era só um homem comum de elevada retidão e sabedoria incomum. Eles
rejeitaram o nascimento virginal. Argumentaram que no evento do batismo a
presença do poder e da influência (Cristo) de Deus no homem Jesus desceu em
forma de pomba. Próximo ao final da vida de Jesus, Cristo afastou-se dele
perdendo progressivamente o poder de Deus. O ebionismo nega um amplo corpo de
evidencias bíblicas, embora a sua intenção fosse resolver a tensão da
compreensão da divindade de Jesus e a concepção monoteísta de Deus.”(1)
Segundo Charles Hodge:
“O significado desse nome é duvidoso. Embora
corporativa e caracteristicamente mantivessem este pobre conceito da pessoa de
Cristo como mero homem, faz-se evidente, não obstante, à luz dos registros
fragmentários dos antigos escritores, que divergiam grandemente entre si, e
estavam divididos em diferentes classes. Alguns haviam misturado às suas
opiniões judaicas, mais ou menos, os elementos da filosófica agnóstica. Isso se
devia ao fato de que muitos dos mestres do gnosticismo eram judeus. Por isso é
que os pais fazem referência aos ebionitas judeus e aos ebionitas gnósticos.”(2).
Vejamos
como Hagglund escreve sobre o cristianismo judaico:
“Nos escritos dos cristãos judaicos Cristo é colocado no mesmo
nível dos profetas do Antigo Testamento. Ele é aí descrito como nova forma de
revelação do “verdadeiro profeta”, que apareceu anteriormente em Adão e Moisés,
entre outros. Dizia-se ser Cristo “um homem nascido de homens” “única e
simplesmente homem”. Os ebionitas, por conseguinte, negavam a pré-existência de
Cristo; alguns deles negavam a encarnação e o nascimento virginal. Supunham que
Jesus recebera o Espírito Santo por ocasião do seu batismo. A salvação não era
associada com a morte e a ressurreição de Cristo.
Com fundamento nessas
idéias, o ebionismo forneceu o protótipo para uma criistologia que concebia
Cristo em termos puramente humanos e que supunha que não fora filho de Deus até
ser “adotado como tal por ocasião do seu batismo” (Cristologia Adopcionista).
Os atributos de Cristo eram assim rejeitados.
Visto à luz da história, o
cristianismo judaico não exerceu grande influência sobre o desenvolvimento da
teologia cristã. Dividiu-se em vários grupos e em pouco tempo desapareceu.”(3)
1.2 – O
Arianismo
Segundo nossa apostila:
“Foi o ensino de um presbítero alexandrino
chamado Ário, estendendo-se e diversificando-se até os nossos dias. Uma forma
conhecida de arianismo contemporâneo é o movimento Testemunhas de Jeová. A
concepção central do arianismo e de que Deus é único e de existência
transcendental, incriado e eterno; assim tudo o que não é de Deus surgiu por um
ato de criação pelo qual ele o trouxe a existência a partir do nada. O Verbo é
considerado um ser criado. Apesar de ser o primeiro e mais perfeito dos seres,
diferente das outras criaturas, ele não tem existência própria. Os arianos se
basearam em um considerável número de textos bíblicos, entre os quais Jo. 14:28
o qual interpretavam como uma inferioridade de Cristo em relação ao Pai; e
outros textos que consideravam mostrar manifestação de imperfeições como Mc.
13:32. Ainda que menos extremos, os semi-arianos aceitavam de bom grado que o
verbo fosse semelhante em natureza ao Pai, mas não que fosse da “mesma”
essência que o Pai. Estes argumentos foram condenados no Concilio de Nicéia em
325 e em concílios seguintes.”(4)
Langston
apresenta o arianismo da seguinte forma:
“O arianismo surgiu no ano 325. Ário, o seu fundador, negava a
integridade e a perfeição da natureza divina de Cristo. O Verbo, que se fez
carne, segundo o Evangelho de João, não era Deus, senão um dos seres mais altos
do Criador. O Verbo não era, afinal, mais que uma criatura de Deus. Esta teoria
confunde o estado
original de Jesus Cristo com o estado de humilhação. Ao invés de
estudar toda a questão, Ário estudou apenas a parte que se refere à
personalidade de Jesus enquanto estava aqui na terra, e, naturalmente, a sua idéia
era imperfeita e parcial, por isso que confundia o estado de humilhação com o
estado original. Ário negava a integridade, a perfeição da natureza divina de
Cristo.”(5).
1.3 –
Os Álogos ou Alogianos
Berkhof assim descreve os alogianos:
“rejeitavam os escritos de João por que entendiam que a sua doutrina
do Logos está em conflito, com o restante do Novo testamento, também viam em
Jesus apenas um homem, conquanto miraculosamente nascido de uma viagem, e
ensinavam que Cristo desceu sobre Ele no batismo, conferindo-lhe poderes
sobrenaturais.”(6)
1.4 – O
socinianismo
Franklin Ferreira e Allan Myatt falam sobre o socinianismo da seguinte
forma:
“Os socinianos, durante a época da reforma
protestante, negaram a divindade de Cristo e declararam de que ele era
simplesmente um homem. Eles são os pais do liberalismo moderno e do
unitarianismo. Eles também negaram a personalidade do Espírito Santo ao ensinar
que o Espírito é uma força.”(7)
(1) Apostila de Teologia Sistemática III, Cristologia, EMES. p. 6.
(2) HODGE. Charles, Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos. 2010. PP. 779-780.
(3) HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia. Trad. Mário L. Rehfeldt e Gládis Knak Rehfeldt. Porto Alegre. Concórdia. 1989. P. 75-87.
(4) Apostila de Teologia Sistemática III, Cristologia, EMES. p. 7.
(5) LANGSTON. A. B., Esboço de Teologia Sistemática. São Paulo: JUERP. 1994. p. 107.
(6) BERKHOF. Louis, Teologia Sistemática. 6 Ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 2001. P. 281.
(7) FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia sistemática: Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo; Vida Nova, 2007.